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“Sem coleira e sem patrão”

Não vejo a hora de lançar este filme….
🙂

Para ir além do estereótipo, cineasta Tiago Ferigoli transforma esses cachorros em astros de filme
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"Sem árvore genealógica, atravessa a rua sozinho e consegue comida com sua humilde auto-suficiência"

Leidiane Montfort
Da Redação

Millôr Fernandes uma vez disse: "Na poça da rua o vira-lata lambe a lua". Mas, como vivem esses cachorros no Brasil? Sujos, fedidos, magros, em situações de perigo ou, quem sabe, doentes? Para ir além desses estereótipos, esses animais serão os grandes astros do filme Vira-Latas, dirigido pelo documentarista brasileiro Tiago Ferigoli, que entra em cartaz nas salas de cinemas do país em dezembro. A obra trará depoimentos de veterinários e apaixonados por cachorros de diversas profissões – alguns famosos, como a apresentadora Janine Borba, o humorista Danilo Gentili e o cantor Ronnie Von.

O filme, segundo o diretor, não foi produzido para agradar aos fãs de cachorro. A ideia, que já deu origem a um livro (lançado pela Ediouro), é despertar a atenção de todos – principalmente de quem não tem muito contato com esses animais -para a situação de abandono e de miscigenação. E repercutir sobre preconceitos. "Percebi que o termo vira-latas simboliza não apenas os cães sem raça definida. Mas sim a condição de abandono, de marginalidade, de miscigenação. Descobri, aliás, que é possível ir além, fazer um paralelo entre esses animais, que podem ou não ter uma raça, e o próprio homem, que sofre preconceito e que muitas vezes luta para sobreviver".

Educativo– O cineasta, que é também publicitário e fotógrafo, passou a viajar pelo Brasil para realizar palestras sobre seu projeto. "Fiquei com vontade de unir meu trabalho à educação. Acho que, cada vez mais, as pessoas sentem necessidade de fazer algo para melhorar o mundo onde vivem. Eu tinha essa vontade e me sinto muito realizado por conseguir aliar as duas coisas".

A escolha do projeto sobre cães surgiu do acaso, Tiago começou a fotografar os cães de rua e a partir daí a conhecer pessoas que trabalhavam diretamente com esses animais. Logo percebeu que existia uma história maior por trás, uma história de muita luta. "Os animais não estão nas ruas porque querem, tudo isso é fruto de problemas causados pelo homem, por políticas desorganizadas, leis mal aplicadas e uma educação quase que inexistente. Tudo isso precisava ser documentado, precisa ser discutido. Esperamos que o projeto seja utilizado como uma ferramenta por profissionais especializados no assunto, e uma fonte de pesquisa para pessoas que queiram compreender melhor o significado do que é ser um Vira-lata".

Sozinhos- "Ser um vira-lata é estar abandonado, nas ruas, à margem da sociedade. O que acaba por trazer vários problemas, como preconceito social e doenças. As pessoas de maneira geral, viram a cara para estas questões porque acham que não faz parte da vida delas, o documentário vai mostrar que isso não é bem assim, vivemos todos no mesmo planeta, estamos todos interligados, portanto é problema de todos, sim".

Vira-lata – Um ser especial

Alessandro Martins

"Um vira-lata sempre parece saber para onde vai, com seu passo decidido. E, se parado, aparenta a solidez de quem está no devido lugar, na hora certa. (…) E, assim, os cães de raça, com suas designações pomposas e pedigrees, podem ser escolhidos por seus donos, criteriosamente. O vira-lata, por sua vez, prefere e sabe fazer escolhas ele mesmo. Sem árvore genealógica, atravessa a rua sozinho e consegue comida com sua humilde auto-suficiência.

Repare naqueles que nunca tiveram um vira-lata. Parece que lhes falta algo. O sorriso, talvez, tenha menos de rabo abanando em seus componentes e mais de tédio e fleuma, ou coisa assim. O vira-lata ensina a ser feliz com pouco. Mesmo quem não tem nada, pode ter um cão, desde que ele deixe. O bêbado e o louco conversam com um vira-lata de igual para igual. Ao menos esses conseguem se alçar à altura do cão. E este lhes lambe as mãos.

Vira-latas há aos montes por aí. E não tem um que seja igual ao outro. Parecidos, às vezes. Em sua miscelânea genética, ele é antes de tudo um forte. Nunca precisou de vacina pra sobreviver. Quando perguntam por aí: se você fosse um bicho qual seria? Todos respondem coisas como águia, leão ou tigre. Eu demorei pra descobrir, mas hoje eu respondo de boca-cheia. Se eu fosse um bicho, eu seria um vira-lata. Desses amarelos".

Fonte:

http://www.gazetadigital.com.br/materias.php?codigo=269465&codcaderno=17&UGID=de766998779f2356593860e4a97b0b0e&GED=6855&GEDDATA=2010-09-05

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Publicado em 22 de setembro de 2010 por em Uncategorized.